Diariamente,
crianças, jovens e adultos são imersos em ambientes computacionais – por
exemplo, através da televisão e de jogos interativos, do acesso a redes de
comunicação disponíveis com custos cada vez menores, nos serviços a que acedem
no quadro das suas vidas privadas, em atividades profissionais e no lazer.
A escola tem procurado integrar –
com maior ou menor dificuldade – os avanços tecnológicos que se dão em esferas
sociais que a ultrapassam. E esta dificuldade de integração das tecnologias na
escola prende-se tanto com a concepção de escola e das suas funções e
organização como com a vontade de alunos, educadores e professores.
A expansão do acesso ao uso de
computadores, de tele-móveis e de sistemas de leitura áudio tem modificado o
quadro em que a escola pode pensar a integração das TIC nas suas práticas.
Com a disponibilidade de
computadores portáteis pessoais cria-se um conjunto de oportunidades que permite
pensar em cenários de aprendizagem diversos – mantendo sempre a idéia forte de
que a parte importante deste esforço é a dimensão pedagógica e não a dimensão
tecnológica.
Integrar as TIC na escola e na sala
de aula significa viver as atividades escolares com a consciência de que
existem meios (informáticos) aos quais se pode recorrer sempre que isso se
perspective como pertinente, mas mantendo a idéia de que haverá tarefas e
momentos em que as estratégias de trabalho na sala de aula poderão sugerir
simplesmente não ligar os computadores.
A integração das TIC na atividade
escolar passa necessariamente pela naturalização do uso das TIC por parte do
professor tal como acontece com todos os recursos que habitualmente usa nas
aulas (livros, fichas de trabalho, lápis, etc.). Essa naturalização dá-se
progressivamente, passo a passo, e requer o reconhecimento da utilidade das TIC
na atividade docente, o reconhecimento de que o uso das TIC tem um sentido
transformador em algumas práticas letivas, ou seja, que as TIC não devem ser
usadas para simplesmente reforçar as formas de trabalho anteriores.
A oportunidade de lidar
diariamente com crianças que poderão ter acesso a computadores portáteis e à
internet a custo extremamente baixo deve encarar-se serenamente, mas com total
consciência.
É necessário aproveitar
pedagogicamente tal oportunidade, fazendo-a reverter positivamente a favor das
aprendizagens dos alunos. Isto não significa apenas integrar os computadores em
atividades curriculares específicas mas inclui também procurar criar ambientes
de aprendizagem estimulantes, abertos, que apelem à autonomia e
responsabilidade dos alunos e ao assumir um papel ativo, por parte dos mesmos
nas suas aprendizagens e nas aprendizagens dos colegas – e em que os computadores
constituem recursos de trabalho que potenciam a colaboração e a partilha.
Nenhum comentário:
Postar um comentário